Vida

Remember just to live every day like it’s your last
Crash – Sum 41

Esses dias eu descobri uma coisa muito interessante. Nós, humanos.

Estranho, já que sou uma há dezessete anos, e só agora eu notei o que nós somos. Talvez esse seja o grande problema da humanidade. Nós nos esquecemos que estamos vivos, esquecemos que há um coração pulsando em nosso peito.  Pensamos só racionalmente, nos transformamos em máquinas. E realmente? Qual é a nossa diferença pra elas, quando pensamos somente objetivamente? Nos tornamos frios e calculistas, cada vez mais.

Mas há aqueles pequenos gestos, aquelas atitudes tão sutis que nos fazem lembrar do que nós somos. Quando damos a mão pra alguém, quando sentimos o calor ali na nossa palma, nesse momento sabemos que estamos vivos. Ou então quando olhamos nos olhos de alguém e podemos dizer o que ele está sentindo. Há um tipo de orgulho, de encantamento em se importar com os outros. Em saber o que está acontecendo com alguém por um simples olhar. Mas agora, as pessoas olham demais para os seus umbigos pra sequer pensarem em se importar com os outros. Elas vestem o manto do egoísmo e repetem o mantra: Não tenho tempo para resolver os meus problemas, quem dirá o dos outros. Mas minha nossa, é indescritível saber que alguém está com um problema, e que no final do dia, você será quem poderá ajudar.

É essa coisa que a gente tem na vida. Demoramos a perceber as nossas prioridades, demoramos a ver o que realmente importa. Mas são nos momentos mais simples que notamos o quanto estamos vivos. Pode ser que você esteja em casa, ouvindo uma música, e ali você sabe seus sentimentos, sabe o que te move. E tem gente que se pergunta: Pra que viver, se um dia vou morrer?

Você vive pra sentir a gota de chuva no seu rosto, aquele pingo solitário, e então no segundo seguinte um temporal desaba na sua cabeça, e você sorri por estar ensopado. Você vive pra ver o sol surgindo atrás das nuvens, pra sentir o calor dele na sua pele, pra vê-lo nascer e depois se por. Você vive por aquele segundo mágico em que descobre uma solução que estava na sua frente o tempo todo. Vivemos pra ver a vida surgir de novo e de novo, pra ver uma flor desabrochar. Pra gargalhar de uma piada sem graça, pra nos apaixonarmos e odiarmos. Vivemos até mesmo pra um dia morrer, mas morrer com a certeza de que vivemos tudo o que tínhamos pra viver. Vivemos pra acreditar, e acreditar ainda mais.

E talvez, vivamos pra saber porque vivemos…

E essa discussão realmente importa? Há um mundo de coisa aí fora pra descobrirmos… Sei que pra mim, viver um dia de cada vez não é mais o suficiente. Eu preciso viver uma hora de cada vez, pra ter certeza que eu não perdi nada, pra jurar que não estou aqui em vão.  Eu não quero ser mais uma que vai dizer que a vida não presta, eu não quero perder as esperanças. Eu não quero esquecer que estou viva, que amo, que sofro, que posso chorar e sorrir. E eu quero que as pessoas a minha volta possam ser assim também.

Quando o dia amanhecer amanhã, eu já estarei diferente, eu serei outra pessoa. Talvez com mais defeitos, talvez com menos. Mas eu acordarei sabendo o motivo disso, abrirei meus olhos novamente, com a certeza de que estou fazendo o que acho certo.

2 comentários

  1. Vinícius Cortez · junho 28, 2011

    Bem-vinda de volta 🙂

    • viihloyer · junho 29, 2011

      obrigada ! me sinto melhor de volta rs’
      estava sentindo tanta falta de escrever …

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